ONG que encampou projeto comemora decisão do tribunal
O coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Márlon Reis, comemorou a aprovação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições deste ano. "É uma mudança profunda nos hábitos e costumes brasileiros, fruto de mobilização popular como nunca se viu na história do País", disse.
Ele participou da sessão do STF que decidiu, após fala do ministro Celso de Mello, manter a lei em vigências nestas eleições, recusando o recurso do senador Jáder Barbalho (PMDB-PA). "O artigo 146 do STF prevê exatamente o que propôs o ministro, que teve a grandeza de reconhecer a lei, ou seja, em caso de empate prevalece a decisão anterior, no caso contrária à pretensão do senador."
O movimento, que representa 46 ONGs ligadas ao combate à corrupção na política, vai agora acompanhar a implementação da nova legislação.
Também contente por causa da aprovação, o coordenador paulista do MCCE, Chico Whitaker, afirmou que a aprovação representa "uma vitória enorme, a ser comemorada por todos os brasileiros".
Na opinião de Whitaker, o substituto do ministro Eros Grau - aposentado em agosto - que viesse a atuar no caso enfrentaria dificuldades para decidir, se o empate prevalecesse. "Ouvimos muitos absurdos e coisas entristecedoras nesse processo, como juiz dizendo que a lei era casuística. Isso é preocupante, mas o que interessa é que a vitória foi conseguida", disse.
Para ele, a grande resistência de muitos setores à lei explica-se pelos interesses que ela atacou. "É um soco no estômago de muita gente que esperava jamais prestar contas dos seus atos."
Moacir Assunção - O Estado de S.Paulo 28 de outubro de 2010 | 0h 00
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